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Cesar Cielo

10 de janeiro de 1987

Santa Bárbara d'Oeste, SP

2002

Natação

Biografia

“Tudo no esporte é um processo. Eu nunca pensei que seria campeão olímpico. É tudo uma construção de muitos e muitos anos.”

Cesar Cielo nasceu em Santa Bárbara d'Oeste, cidade onde iniciou a sua história no esporte. Sempre incentivado pelos pais, começou logo cedo, aos cinco anos, no judô. Entretanto, por conta da alta estatura, ele acabava lutando com os garotos mais velhos, o que dificultou a sua sequência nos tatames.

A trajetória do Cesão nas piscinas teve um início curioso. Suas primeiras braçadas foram mais como uma brincadeira de criança e seus pais o colocaram em uma escolinha por questão de “sobrevivência”.

“Buscamos a natação, pois a gente queria a sobrevivência na água. Meus pais queriam poder ir à praia e aproveitar a viagem sem precisar ficar de olho o tempo inteiro no mar, se preocupando comigo”.

O primeiro clube que Cesar fez parte foi o Esporte Clube Barbarense, porém, paralelo à natação, também treinava vôlei na cidade de Americana. Ele manteve os dois esportes até os 12 anos, quando teve que decidir em qual modalidade seguir.

“Desde o início eu dei certo na piscina, já ganhava os festivais no clube e na cidade. O ponto crucial para eu ir 100% para a natação foi em uma competição na época do colégio, que era entre as cidades e eu não poderia jogar vôlei por Americana e nadar por Santa Bárbara, foi aí que eu decidi pela natação de vez e nunca mais olhei para o vôlei.”

Após essa decisão, o nadador foi para a cidade de Piracicaba, para treinar no Clube Campo Piracicaba, uma equipe mais forte, com atletas mais velhos. Foi um jeito que enxergou para exigir mais dele mesmo nas piscinas.

Lá, foi apresentado ao técnico Alberto Silva, do Pinheiros, que também treinava Gustavo Borges, um ícone da natação brasileira. Aos 15 anos, tomou mais uma grande decisão na sua carreira: foi para São Paulo, treinar no Esporte Clube Pinheiros ao lado do seu ídolo. Foi lá que Cesão começou a acreditar de verdade no seu potencial para ganhar uma medalha no mundial e até mesmo nas Olimpíadas.

“Treinar com o Gustavo foi um mix de realização e um sonho. Eu estava ao lado do meu ídolo! Ele também foi uma referência para saber se minha carreira daria certo ou não. Lembro que eu estava com 16 anos na época e fiz um treino bem científico para medir a força, e bati os números do Gustavo. Sensação incrível. Foi nesse período também que eu comecei a pensar em ir para os Estados Unidos. Dei um salto muito grande na minha carreira.”

Em 2006, a natação abriu mais uma porta para o Cielo, quando ganhou uma bolsa de estudos da universidade e mudou-se para Aubum, nos Estados Unidos.

“Quando fui para os Estados Unidos, pensei: se não der certo, vou voltar para o Brasil com um diploma de uma universidade americana, que eu não gastei um dólar para fazer. Então, eu sempre usei o esporte para abrir portas para mim. Até 2007, meu plano era esse.”
2007 foi um ano crucial e muito importante na carreira do nadador. No Mundial de Esportes Aquáticos de Melbourne, ficou a oito centésimos de ser o campeão do mundo nos 100 metros livre, terminando em quarto lugar, sendo que ele era o mais novo de todos que estavam disputando a prova. Nesta competição, também ficou em sexto lugar nos 50 metros livre. Foi aí que percebeu que já estava pronto para conquistar os principais torneios na modalidade.

Nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, Cielo marcou de vez o seu nome na história da natação brasileira e mundial. Primeiro, ganhou a medalha de bronze na prova dos 100 metros livre. Já na prova dos 50 metros livre, além de conquistar a medalha de ouro, também quebrou o recorde olímpico com o tempo de 21s30 e se tornou o primeiro brasileiro campeão olímpico na natação.

“No dia dos 100 metros livre, eu parei de pensar onde eu estava, e comecei a mentalizar que era só uma prova. Uma prova mais chique, mas só uma prova. O ponto mais importante da minha carreira foi essa medalha de bronze, eu quebrei o código mental dentro de mim e falei: é isso que tenho que fazer. E nas próximas provas e anos segui os mesmos métodos. Lógico que a medalha de ouro é a mais importante da minha carreira, mas a medalha de bronze é a mais importante pra mim, foi onde tudo começou.”

Após as grandes conquistas nas Olimpíadas, Cesão queria conquistar o “Grand Slam” da natação: o ouro olímpico e o ouro no mundial. Ele não só conseguiu o ouro nos 50 metros livre no mundial de Roma, em 2009, como também conquistou o ouro nos 100 metros livre, quebrando o recorde mundial com o tempo de 46s91, marca que segue com o nadador até hoje. No mesmo ano, também se tornaria o nadador mais rápido do mundo, batendo o recorde mundial dos 50 metros livre na final do Open, em São Paulo, com o tempo de 20s91, marca que também pertence a ele até hoje.

“Eu sou muito julgador das coisas. Eu duvido muito de tudo. Eu olhava para mim e falava: será que foi sorte ganhar o ouro nas olimpíadas? Porque uma vez, todo mundo vai fazer. Mas duas vezes, o cara sabe o que está fazendo. Eu queria dominar as coisas que estava fazendo. Fazer o ‘Grand Slam’ da natação. Um dos trunfos que eu tenho na minha carreira, é essa construção diária de tudo. Um dos sonhos mais íntimos que eu tive com o esporte era isso: eu queria ganhar para sempre.”

Em 2012, Cesão chegou nas Olimpíadas de Londres como o grande favorito, após ganhar as duas provas no mundial e também ter um ótimo desempenho em Pequim. Entretanto, os esportes de alto rendimento são uma caixinha de surpresas, e o nadador acabou ficando com a medalha de bronze nos 100 metros livre e em sexto lugar nos 50 metros livre.

“Eu saí bem decepcionado nas Olimpíadas de Londres, mas é coisa do esporte. Há quatro anos o bronze foi a coisa mais importante da minha vida, e quatro anos depois o bronze foi um fracasso categórico. Mas são muitas coisas que envolvem o resultado. Hoje eu vejo com mais clareza as decisões que eu deveria ter tomado na época. A prova em si não me assombra, mas as decisões sim. Mas naquele momento era o que parecia ser o mais eficiente e era o que eu poderia fazer de melhor.”

Apesar de não ter se classificado para as Olímpiadas do Rio, em 2016, e ter diminuído a sua participação em grandes competições, Cesar não pensa em se aposentar tão cedo.

“O esporte individual de performance é o mais cruel. É difícil você ver um atleta se mantendo em três ciclos olímpicos chegando em final e ganhando medalha. O nível de intensidade mental chega uma hora que a cabeça não está mais na mesma pegada. Mas uma coisa que eu entendi foi que eu vou sair da natação, mas a natação nunca vai sair de mim. Sinceramente eu não tenho vontade de me aposentar. Enquanto eu estiver conseguindo fazer um treino por dia, fazendo minha musculação, eu pretendo continuar.”

E realmente a natação nunca sairá da vida do Cielo. Para dar sua contribuição ao desenvolvimento do esporte também fora das competições, o nadador criou em 2010 o Instituto Cesar Cielo, com o objetivo de incentivar e promover a prática e o desenvolvimento da natação brasileira.

“Teve uma vez que eu estava assistindo um jogo nos Estados Unidos com o meu pai, em 2009, e se você reparar na NBA e na NFL, sempre mostram que os atletas apoiam uma causa. E na hora achamos legal fazer algo do tipo. Foi aí que surgiu a ideia do Instituto. A única coisa que eu coloquei como prioridade é fazer com que as crianças competissem, para elas criarem um contato com o esporte. É assim que elas vão conseguir extrair algo do esporte. O esporte é uma baita maneira de ter uma ascensão social, e a gente não dá atenção pra isso. Nós não estamos buscando campeões olímpicos no instituto. E sim ajudar as crianças a ter um futuro. A natação pode não dar dinheiro, mas pode abrir muitas portas. Pode te dar um diploma sem precisar pagar, como aconteceu comigo. “

Cesar Cielo nadou a longas braçadas para uma carreira de grandes conquistas, sempre buscando a sua melhor versão. Um exemplo de pessoa e atleta, com uma vida dedicada à natação e às cores do nosso Brasil.

Curiosidades

  1. Eu já fiz xixi na piscina
  2. Eu tenho um Bulldog Francês
  3. Eu gosto de assistir séries e filmes repetidos
  4. Eu odeio acordar cedo e piscina gelada
  5. Fora das piscinas eu jogo pádel
  • 2004

    Medalha de Prata - 4x100 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Indianapolis

  • 2008

    Medalha de Bronze - 100 Metros Livre

    Olimpíadas de Pequim

  • 2008

    Medalha de Ouro - 50 Metros Livre

    Olimpíadas de Pequim

  • 2009

    Medalha de Ouro - 50 Metros Livre

    Mundial de Roma

  • 2009

    Medalha de Ouro e Recorde Mundial - 100 Metros Livre

    Mundial de Roma

  • 2009

    Recorde Mundial – 50 Metros Livre

  • 2010

    Medalha de Ouro - 50 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Dubai

  • 2010

    Medalha de Ouro - 100 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Dubai

  • 2010

    Medalha de Bronze – 4x100 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Dubai

  • 2010

    Medalha de Bronze – 4x100 Metros Medley

    Mundial em Piscina Curta de Dubai

  • 2011

    Medalha de Ouro - 50 Metros Livre

    Mundial de Xangai

  • 2011

    Medalha de Ouro - 50 Metros Borboleta

    Mundial de Xangai

  • 2012

    Medalha de Bronze - 50 Metros Livre

    Olimpíadas de Londres

  • 2013

    Medalha de Ouro - 50 Metros Livre

    Mundial de Barcelona

  • 2013

    Medalha de Ouro - 50 Metros Borboleta

    Mundial de Barcelona

  • 2014

    Medalha de Ouro – 100 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Doha

  • 2014

    Medalha de Ouro e Recorde Mundial – 4x50 Metros Medley

    Mundial em Piscina Curta de Doha

  • 2014

    Medalha de Ouro – 4x100 Metros Medley

    Mundial em Piscina Curta de Doha

  • 2014

    Medalha de Bronze – 50 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Doha

  • 2014

    Medalha de Bronze – 4x50 Metros Livre Misto

    Mundial em Piscina Curta de Doha

  • 2017

    Medalha de Prata – 4x100 Metros Livre

    Mundial de Budapeste

  • 2018

    Medalha de Bronze – 4x100 Metros Livre

    Mundial em Piscina Curta de Hangzhou

  • 2018

    Medalha de Bronze – 50 Metros Medley

    Mundial em Piscina Curta de Hangzhou

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