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Jéssica Messali

29 de outubro de 1987

Jaboticabal, SP

2015

Paratriathlon

Biografia

"Se você quer me motivar, é só falar pra mim que é muito difícil, que ninguém fez e que ninguém conseguiu. Ninguém fez? Então eu vou fazer!"

Jéssica Messali nasceu em Jaboticabal, interior de São Paulo, e viveu uma vida relativamente normal até os 26 anos, quando sofreu um acidente automobilístico e ficou paraplégica. O esporte entrou na sua vida no processo de reabilitação, pois precisava ganhar força nos braços e no tronco para realizar as atividades do dia a dia. Mas os exercícios físicos passaram a ser um grande prazer: chegava a fazer três treinos por dia. Seu treinador sugeriu que fizesse uma atividade aeróbica, que lhe proporcionasse mais liberdade.

Começou no ciclismo adaptado em 2015 e descobriu que os esportes podiam ser mais do que um lazer. Ela levou tão a sério que chegou a competir internacionalmente na modalidade. Em 2017, finalmente conheceu o triathlon e não teve mais volta. Ficou apaixonada.

"Não tinha essa ambição, essa sede que eu tenho hoje pelo triathlon. Eu comemoro uma vitória, comemoro uma evolução, só que é muito rápido. Eu já estou pensando em evoluir mais, dá pra ir mais longe."

O início foi difícil. Eram três modalidades e não apenas uma. Mas a vontade e a persistência foram tantas que, em 2018, já estava competindo em provas internacionais. Entretanto, em setembro daquele mesmo ano, participou de uma prova na Austrália e voltou arrasada, pois havia ficado em penúltimo lugar. Não conseguia entender o que havia feito de errado.

Teimosa e competitiva, treinou ainda mais pesado para a próxima prova, que seria em Sarasota, nos Estados Unidos. Chegou até a treinar escondido e perder muito peso. Mas o esforço foi recompensado, fazendo uma prova incrível. Além do ouro, conseguiu outro feito admirável, vencendo uma americana que estava invicta naquela temporada. E foi nesse momento que ela percebeu que era uma atleta profissional e era isso que queria para sua vida.

"Agora eu estou no jogo e a gente não está falando mais só de ser competitiva. Agora eu quero ganhar. Eu quero ir pra pódios e mundiais."

Decidida a fazer daquilo sua carreira, Jéssica passou a morar no centro de treinamento paralímpico, em São Paulo. Mas ela não imaginava que a vida de atleta fosse tão difícil. É uma profissão de 24 horas por dia, com uma rotina rigorosa e muitos sacrifícios. E a evolução não vem rápido, da noite para o dia. Por isso, se frustrava e acabava exigindo demais de si mesma.

"Me olhava no espelho e falava: 'não posso fazer feio para o Brasil'. Então eu me cobrava muito. Me comparava com as gringas, que já estavam no triathlon há muito tempo, competindo os mundiais e as copas do mundo."

Apesar de ter alcançado títulos e pódios, ela só se focava em uma prova: o mundial, que valia uma vaga para Tóquio. Não foi bem e isso a afetou ainda mais.

Com acompanhamento psicológico, percebeu que ninguém estava cobrando resultados e performance além dela mesma. Percebeu que essa pressão era algo que ela tinha criado em sua cabeça, e que ela estava indo bem, mesmo não acreditando. Foi um período difícil, quando pensou em desistir de tudo. O que a ajudou foi o apoio de sua mãe, que sempre acreditou nela.

"Tem uma pessoa que sempre se preocupou, que é minha mãe: 'primeiro você tem que ser feliz, porque dinheiro não leva a nada, status não leva a nada. Por trás dos bastidores é você que tem que estar feliz'. Ela acreditou sempre. E eu sei que se der tudo errado, ela vai estar lá, ela não vai falar nada, mas ela vai me receber e vai me abraçar. E só isso, pra mim, já me dá segurança."

A tão sonhada vaga para Tóquio foi alcançada no mundial de 2019, que aconteceu na cidade de Funchal, em Portugal. Conquistou a medalha de prata e provou para si mesma de que era capaz.

"A prova em que eu me classifiquei para os Jogos foi em Portugal e foi incrível porque eu batalhei do início ao fim. Por uma bobeira eu não fui para o pódio com o ouro, fiquei com a prata. Mas eu senti o gosto do ouro."

Agora, Jessica está na reta final, se preparando para as Paralimpíadas. Ela treina três a quatro vezes ao dia, todos os dias. Sua alimentação é bem regrada, mas por conta de sua deficiência, sua digestão é mais lenta, e por isso ela depende da suplementação para aguentar a rotina intensa.

Até Tóquio, a atleta não tem tempo para traçar metas futuras. Mas sabemos que ela não vai se aposentar do esporte tão cedo. Quando deixar de competir pela seleção brasileira, ela pretende tentar um Ironman completo e ir para a mundial, em Kona. Em 2019, ela participou do Ironman 70.3 em Maceió e foi a primeira mulher cadeirante da América Latina a concluir a prova, completada em 5h57min.

"Me inscrevi contra tudo e todos no meio Ironman. Foi uma prova minha comigo mesma. Ninguém acreditou."

Com essa garra toda, não é difícil imaginar Jéssica no pódio em Tóquio. Mas ela conta que a teimosia e o gosto pelo desafio não são as únicas coisas que fazem dela uma atleta excepcional. Ela conta que depois do acidente passou a ter muito mais empatia e, hoje, vê muito valor em ajudar o próximo, inclusive ajudando pessoas a se descobrirem no esporte.

"Se eu não puder ajudar ninguém durante esse processo da minha evolução como atleta, eu não vou estar completa. Eu acho que se eu ajudar e puder contribuir de forma positiva na vida de qualquer pessoa eu vou me sentir mais completa."

Curiosidades

  1. Minha maior paixão são os animais, principalmente os cachorros
  2. Tenho 4 cães, pretendo ter 10
  3. Amo ficar sozinha e maratonar uma boa série
  4. Antes do esporte, meu hobby era me aventurar em livros e artigos na minha área de formação
  5. Sou formada em administração, gestão em RH, Pós-Graduação MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, pretendia lecionar em curso superior, quem sabe um dia
  • 2018

    Medalha de Ouro

    World Cup EUA

  • 2019

    Medalha de Prata

    Milan World Series

  • 2019

    Medalha de Prata

    Pan-Americano de Sarasota na Flórida

  • 2020

    Medalha de Ouro

    World Cup Alhandra

  • Ironman 70.3 - 5h57min Maceió

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